Quarta-feira, 7 de Maio de 2008

Um desabafo: Dreamarena vs Xbox Live

Há já uns tempos que ando a pensar em escrever isto...
Devo dizer, antes de mais que não pretendo criticar o Xbox Live, mas sim fazer algumas observações vindas de alguém que jogava online na Dreamcast com um serviço chamado Dreamarena(SegaNet nos EUA).
Para quem não conhecia, Dreamarena era um serviço criado pela Sega de modo a oferecer acesso à Internet permitindo jogo online.
Neste pequeno desabafo, vou explicar porque é que me sinto um pouco desiludido com o serviço que tenho actualmente face ao que a Dreamarena oferecia na altura.

 


Em 2000, a banda larga ainda era um conceito novo na comunidade portuguesa daí que a Dreamcast tinha de fazer tudo em 56 Kbp/s. Para aceder a este serviço terias primeiro de requisitar o teu passaporte, o DreamKey. O processo era relativamente simples: procedia-se a um registo terminando na escolha dum nickname e terias direito a uma conta de e-mail de 15MBs, com acesso à Internet e claro ao portal da Sega, a Dreamarena.

Mais do que um mero portal de jogos, tinhas acesso à comunidade com fóruns e salas de chat, também havia secções que nem eram dedicadas a jogos, tais como secções de desporto e cinema. A Dreamarena portuguesa dispunha duma loja online onde poderias adquirir muitos jogos do catálogo da Dreamcast. Se não gostavas do que que estava no portal podias simplesmente usar o web browser para explorar a Internet.

Os jogos com modo online propriamente dito eram aqueles que, como devem imaginar, permitiam fazer partidas entre jogadores através de servidores. Os jogos online mais marcantes na Dreamcast foram Quake 3 Arena, Chu Chu Rocket! e Phantasy Star Online.
Os jogos que apenas dispunham de componentes online também eram imensos.
Em Sonic Adventure, era possível aceder a fóruns criados especialmente para o jogo e ainda descarregar themes especiais para a cidade de Station Square, tais como decorações de Natal. Também forneciam um mini-RPG especial para o VMU que permitia que levasses uma criatura Chao para todo o lado para a treinares.
O Shenmue Passport era muito curioso pois tinhas acesso a dados como o peso do gatinho que a Megumi tomava conta. Também podias trocar as latas amarelas por brinquedos que não estavam disponíveis no jogo. E podias ver alguns artigos especiais que te davam pistas sobre o enredo.

Mas a jóia da coroa sempre foi Phantasy Star Online, um RPG que permitia que 4 pessoas se juntassem para participar activamente no enredo do jogo e também para socializar.
Era uma experiência sem igual, isto é, se na altura não tinham um PC, pois já havia o Diablo há muito tempo.
Agora aqui vai o meu desabafo: quanto é que custava este serviço por mês? Quando é que pagávamos pelas themes, ícones, mini-jogos e saves especiais? Nada.

Não havia comissões ou assinaturas para jogar online e todo os jogos com essas funções apoiavam-se em servidores.
Os mini-jogos podiam ser descarregados para o VMU, é certo que eram da pré-história quando comparados com os do Xbox Live Arcade, mas pelo menos eram gratuitos.
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma vez que não havia achievements, a questão de migração de dados nem sequer era um problema. No entanto o Phantasy Star Online que apenas se podia jogar na Dreamcast que compraram. Resolvia-se com o envio das serials keys à Sega. Bons tempos, não eram?
Não escondo uma certa desilusão quando me registo no Xbox Live e vejo-me obrigado a pagar uma mensalidade só para poder jogar online e sem servidores propriamente ditos. Uma certa música, mapas novos, carros novos e até modos de jogo têm de ser pagos à parte. Não temos browser de Internet e quase todo o conteúdo no Marketplace é inteiramente dedicado a jogos. Ao menos posso esperar pelo Video Marketplace em Portugal quando chegar no Dia do São Nunca à tarde, não é?

Imagem utilizada provêm da TeamArtail.com
A Dreamarena não era um mar de rosas, o Quake 3 Arena tinha problemas de ligação constantes e o lag, por vezes, era insuportável.
No Phantasy Star Online o nosso maior receio era o BSOD(blue screen of death) e as ocasionais perdas de ligação. Mas os batoteiros pioraram tudo com a terrível batota NOL que te modificava os atributos. A ausência de patches de segurança e as ameaças de processos judiciais contra eles nunca os dissuadiram.

Finalmente, o portal Dreamarena era bastante lento e pesado, chegando a demorar minutos a carregar toda a informação essencial.
O Xbox Live não deixa de ser bom, mas mesmo com todos estes problemas, o Dreamarena era um serviço completo, funcional e feito para agradar tanto a jogadores hardcore como aos mais casuais.

 

sinto-me:
publicado por DC_Comics_fan às 14:00
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3 comentários:
De Daniel Costa a 8 de Maio de 2008 às 22:29
Nem consigo contar as horas que ganhei em jogar PSO na Dreamarena. 300, 400, 500? Foi talvez o meu verdadeiro Nirvana em jogos online.
Excelente post ;)

~Godan.
http://nowloading.blogs.sapo.pt/


De firebenter_pt a 27 de Fevereiro de 2009 às 11:45
na primeira vez qe ouvi falar qe as consolas de nova geraçao iriao ter funcionalidades para o uso na internet,pensei logo "onde é qe eu já vi isto",só depois me lembrei dos bons tempos da dreamarena. axo qe tudo o qe tudo disseste tá completamente correcto ,apesar dos problemas qe dava, era un serviço bom e qe se destinava a fazer nos felizes sem olhar para a nossa carteira intensivamente como é o caso da xbox live.


De jogos infantis a 11 de Maio de 2011 às 18:11
Prefiro a Xbox Live, sem qualquer sombra de duvida


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